Os modelos macroeconomicos de desenvolvimento
Carlos Guttierez
Os modelos macreconómicos de crescimento e o crescimento demográfico INTRODUÇÃO
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O desenvolvimento da planificação económica nacional e a elaboração de modelos econométricos macreconómicos têm caminhado lado a lado há já algumas dezenas de anos.
Os primeiros modelos macreconómicos de crescimento partiam da hipótese de que o crescimento demográfico era um dado constante, tendo uma incidência sobre as variáveis do modelo, sem, no entanto, ser determinado por elas. Contudo, por volta dos anos 50 começou-se, a título experimental, a construir modelos nos quais as variações demográficas desempenhavam um aspecto essencial: pôr em evidência a interacção entre as tendências demográficas da fecundidade, da mortalidade e das migrações e as projecções, para um futuro determinado, de grandezas económicas como o consumo, a poupança, o emprego e o rendimento por habitante.
Na realidade, um grande esforço tem sido feito para se criarem modelos económicos que tenham em conta, simultaneamente, os aspectos importantes do processo de desenvolvimento socieconómico e as repercussões do crescimento demográfico sobre os diversos sectores da economia. Algumas das influências e sectores mais importantes são o crescimento da mão-de-obra, o efeito da produtividade sobre a agricultura, o nível das migrações das zonas rurais para as zonas urbanas, a procura de emprego por categorias socioprofissionais, a procura de serviços de educação, saúde e outros e a necessidade de fornecer a uma mão-de-obra cada vez mais numerosa os equipamentos necessários, de modo que a produtividade por trabalhador se mantenha constante ou aumente.
Têm-se deparado, como é lógico, problemas bastante difíceis de resolver quando se procura determinar a forma e a estrutura que convirá dar aos modelos, assim como determinar as equações precisas que deverão ser utilizadas para explicitar o comportamento dos agentes económicos que são os seres humanos.