Os maias- espaço psicologico
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É este o espaço mais íntimo das personagens, dado que está relacionado com o estado de espírito das personagens, representa as emoções sentimentos, visões pessoais, sonhos e reflexões. Manifesta-se principalmente em momentos de maior densidade dramática. É sobretudo sobre Carlos que o narrador se debruça para dar origem a este espaço. Este espaço é-nos claramente transmitido pelo narrador, o qual muito frequentemente se coloca na mente e visão das personagens, descrevendo o exterior, quer as pessoas ou os espaços, mediante o estado de espírito da personagem.
São exemplos:
o sonho (capítulo VI) - Carlos sonha com Maria Eduarda a passar em frente ao Hotel Central «Baptista trouxera o chá, o charuto do Alencar acabara; e ele continuava na chaise-longue, como amolecido nestas recordações, e cedendo já, num meio adormecimento, à fadiga do longo jantar… E então, pouco a pouco, diante das suas pálpebras cerradas uma visão surgio, tomou cor, encheu todo o aposento. Sobre o rio, a tarde morria numa paz elísia. O peristilo do Hotel Central alagava-se, claro ainda um preto grisalho, com uma cadelinha no colo. Uma mulher passava, alta, com uma carnação ebúrnea, bela como uma deusa, num casaco de veludo branco de Génova. O craft dizia ao seu lado: três-chic. E ele sorri, no encanto que lhe davam estas imagens, tomando o relevo, a linha ondeante, e e coloração de coisas vivas»;
a imaginação (capítulo VIII) - Carlos, que se deslocara a Sintra na ânsia de ver Maria Eduarda, ao tomar conhecimento que esta já regressara a Lisboa, imagina-a « Agora, já ela estava em Lisboa, e imaginava-a nas rendas do seu