os maias- corridas de cavalos
O episódio da corrida de cavalos é uma crítica à tendência dos portugueses para imitar aquilo que se fazia nos países estrangeiros e que se considerava como um sinal de progresso. O ambiente, que deveria apresentar a ligeireza desportiva para que remete o acontecimento, torna-se o espelho da falta de gosto e de educação dos participantes. É de destacar os seguintes aspetos:
o
o o o o O hipódromo parecia um tanque de arraial;
O bufete tinha um aspeto sujo;
A primeira corrida terminou numa cena de pancadaria;
Tentativa frustrada de igualar Lisboa às capitais europeias, sobretudo Paris;
A falta de coerência entre o traje e a ocasião, o que fazia com que alguns dos cavalheiros se sentissem “embaraçados e quase arrependidos do seu chique” e com que as senhoras se apresentassem com “vestidos sérios de missa”;
o o o o o
As pessoas não sabiam ocupar os seus lugares;
As pessoas não revelavam qualquer interesse pelo evento;
Novo contacto de Carlos com a alta sociedade lisboeta, incluindo o próprio rei;
Visão panorâmica dessa sociedade (masculina e feminina) sob o olhar crítico de Carlos;
Possibilidade de Carlos encontrar aquela figura feminina que vira à entrada do Hotel Central.
Caracterização de algumas personagens intervenientes na corrida Carlos era um homem elegante, educado.
“À saúde de Carlos da Maia, o primeiro elegante cá da pátria!...”
Cap. X, pág.299
Alencar
No episódio das corridas do hipódromo, Alencar apresenta uma certa vaidade.
“… com um fato novo de cheviote claro…”
Cap. X, pág. 296
Condessa de Gouvarinho
É uma mulher fútil e vazia, com preconceitos, e que apresenta uma paixão obsessiva por Carlos da Maia, com que tem uma breve relação amorosa.
”E a condessa… mergulhando o olhar nos olhos de Carlos.”
Cap. X , pág. 305
Taveira
Pálido e de barba preta
“… o Taveira, um rapaz pálido de barba preta, que tinha debaixo do braço enrolada a bandeira vermelha de starter…”