Os impactos sociais e ambientais do uso de carvão vegetal no estado do pará
AUTOR ADEMI ELADIO DE ALENCAR
RESUMO
O carvão vegetal como alternativa energética no Brasil e, em especial do Estado do Pará, tem sido alvo de grandes debates, devido às industrias siderúrgicas utilizarem carvão vegetal como insumo à produção de ferro-gusa, em parte justificado por ser fonte energética de baixo custo. No entanto as relações de trabalho associadas e a forma de produção podem gerar problemas sociais e ambientais.
INTRODUÇÃO
Desde os tempos mais remotos, o Homem utilizou o fogo, a tração animal e a energia gerada dos ventos ou das quedas d’água para atender algumas de suas necessidades básicas. Uma dessas fontes que podem ser consideradas como alternativas às tradicionais (não-renováveis) é o carvão vegetal. No entanto como se verá adiante ele (o carvão) está relacionado a diversos problemas, como o desmatamento, poluição do ar, mão-de-obra escrava, trabalho infantil, doenças respiratórias, além dos gases, vapores de d’água e os líquidos orgânicos que são liberados restando como principal resíduo o alcatrão.
1.0. O USO DE CARVÃO VEGETAL Considerando que a produção de carvão vegetal é o mais antigo processo de transformação química para a utilização da madeira. Apesar dos esforços, as instalações existentes no Brasil, voltadas para a transformação da madeira em carvão vegetal são em sua maioria manuseadas por pessoas que por não conhecerem a técnica que permite um maior rendimento produtivo, fazem uso apenas do conhecimento empírico, muitas vezes de transmissão familiar. Se as técnicas de melhor rendimento fossem aplicadas, o resultado seria um carvão de melhor qualidade (poder calorífico e menos cinzas), reduzindo o desperdício de energia que nessa de carbonização (transformação de madeira em carvão), chega a 2,6x106 kcal por tonelada de madeira. Entende-se, portanto, que nos processos convencionais de produção de carvão vegetal, tanto o