Os fundamentos ontológicos da reestruturação capitalista
- Fundação (e Subversão) da Modernidade pelo "sujeito" Capital
Giovanni Alves
Sociólogo, doutor em ciências sociais (UNICAMP), professor de Sociologia na UNESP/Marília
E-mail para contato: giovanni.alves@uol.com.br Procuraremos delinear considerações gerais sobre as bases ontológicas do processo de modernização capitalista, buscando responder as seguintes interrogações: o que está subjacente às transformações da economia política do capitalismo mundial no limiar do século XX ? É possível apreender suas conexões causais originárias e determinar seus impactos duradouros sobre o ser social capitalista, principalmente sobre o complexo social do trabalho? Finalmente, quais os novos problemas e desafios para a reflexão e a práxis humano-crítica postos pela constituição do novo complexo societário mundial, subjacente à mundialização do capital ?
De início, procuramos apreender o processo de modernização capitalista a partir de dois níveis de abstração: do ponto de vista do capital em geral e do ponto de vista dos múltiplos capitais, cuja distinção, vale dizer, é apenas heurística.
O primeiro momento de abstração, mais elevado, apreenderia o movimento do capital em geral e trataria o processo de modernização capitalista como sendo um produto histórico-ontológico do "sujeito" capital.
O capital é uma categoria complexa, com múltiplas expressões. Podemos dizer que ele é o valor em movimento, cujo processo de valorização, em seu andamento frenético e desesperado, cria (e recria) a sociabilidade moderna. Ou seja: o capital é uma forma social, à primeira vista muito mística, que transforma todo conteúdo concreto da produção da riqueza social que surge como mercadoria, numa forma abstrata de riqueza - a forma dinheiro. Dinheiro que se valoriza. Que cria mais dinheiro. Que almeja, com intensa e incansável pressão, "fazer" mais dinheiro. E que, sob as condições da mundialização do capital, tende a se