OS ENGENHOS DE AÇÚCAR E A CONSTRUÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL ALAGOANO
CULTURAL ALAGOANO
Universidade Federal de Alagoas mastudepa@hotmail.com Resumo
O patrimônio industrial brasileiro é marcado pela diversidade de atividades, bem como pela variedade de intensidades com que esses elementos são apreendidos pela sociedade. Neste sentido, o engenho banguê inaugura a produção industrial no Brasil, ainda no século XVI, e constrói um legado cultural material e imaterial que ainda hoje ressoa em diversas localidades do país, sobretudo na região Nordeste. Entendendo a importância dos antigos engenhos de açúcar como exemplares do patrimônio agroindustrial brasileiro, cuja atividade básica, no caso do Estado de Alagoas, continua, até os dias de hoje, representando importante atividade econômica do Estado, o presente estudo buscou aprofundar o conhecimento acerca destas edificações, a fim de compreender a lógica destas unidades fabris, através da análise de suas expressões arquitetônicas e construtivas, além de suas relações com o sítio de implantação, atentando principalmente para a sua relevância no cenário do patrimônio histórico e cultural.
Palavras-chave: Patrimônio agroindustrial; Engenhos de Alagoas; Arquitetura do açúcar.
Introdução
A produção de açúcar em Alagoas desempenhou, desde os primeiros séculos de colonização, papel preponderante em sua formação. Manuel Diegues Júnior, estudioso de referência no tema, em seu livro ‘O Banguê das Alagoas’ considera que
“não parece acreditável que possa existir uma história das Alagoas sem a do açúcar”
(1980:23). Esta afirmação coloca os engenhos como peças centrais deste processo, sendo o seu estudo de grande importância para o entendimento da história, de uma maneira bastante ampla, deste Estado.
No entanto, até recentemente não existia um trabalho de investigação sistematizado que informasse a respeito deste patrimônio. Apenas em 2007 iniciou-se através do
IPHAN, o projeto “Ações Regionalizadas: Identificação e