OS DONOS DO PODER DE RAIMUNDO FAORO
O jurista e sociólogo Raimundo Faoro no município de Vacaria, no Rio Grande do Sul, a 27 de abril de 1925, filho de agricultores italianos.
Formou-se em Direito em 1948, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e se mudou em 1951 para o Rio de Janeiro, onde foi advogado e, mais tarde, procurador, profissão esta que exerceu até a aposentadoria.
Desde seus tempos de estudante, Faoro dedicou-se à escrita, publicando inicialmente em pequenos jornais. Em 1958 publicou seu magnum opus, Os Donos do Poder, que se tornou referência obrigatória nos estudos acerca da política brasileira, no qual analisa o origem do patronato brasileiro. Outra obra célebre escrita por Faoro é o ensaio A Pirâmide e o Trapézio, no qual faz uma intricada análise sociológica da obra de Machado de Assis, mostrando como o escritor carioca soube interpretar minuciosamente a sociedade brasileira do século XIX.
Raimundo Faoro foi ainda presidente da OAB entre os anos de 1977 e 1979, período no qual esta organização se tornou conhecida por sua resistência pacífica à Ditadura Militar, tendo inclusive sido a primeira instituição a fazer denúncias formais sobre os crimes que estavam a ser cometidos contra os presos políticos.
Após a Ditadura, Faoro manteve contato com vários políticos de eminência, como Tancredo Neves e Lula, sendo que este último o convidou a candidatar-se à vice-presidência nas eleições de 1989, convide este que Faoro recusou.
Depois de se aposentar, Faoro continuou contribuindo para o debate público brasileiro através de publicações em revistas como IstoÉ e Senhor.
Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2000, e faleceu no Rio de Janeiro a 15 de maio de 2003.
Os Donos do Poder
O objetivo principal de Os Donos do Poder é analisar a origem e a natureza da grande autoridade que o estamento possui na sociedade brasileira.
Para ele, o Brasil é regido por um estamento – ou seja, um grupo encarregado de reger os aspectos políticos, militares e