Os desafios dos museus para a conservação da arte digital
Nas últimas décadas temos acompanhado uma explosão de formatos de mídias que tem servido no processo de criação da arte. A deterioração física dos componentes, a rápida obsolescência tecnológica e as especificidades do equipamento e formato da obra são aspectos que apontam para a emergência da conservação dos projetos de artemídia. A cada novo desenvolvimento novos desafios surgem para a preservação da artemídia. As novas mídias solicitam modelos e critérios para a documentação e a conservação dos processos, do contexto e da instabilidade. Por muitas vezes, questionou-se o museu como uma entidade institucional não adaptada a certas práticas artísticas da arte digital. Sempre existiu, então, uma fronteira entre as estruturas amplas e abertas da arte digital e o papel tradicional do museu. É eminente que a arte digital pode ocupar os museus, posto que as artes não devam ser separadas por mídias. Além disso, é preciso que os museus se preparem para a obsolescência da tecnologia efêmera. Os artistas deveriam ser incentivados a imaginar as possíveis formas que seu trabalho possa assumir no futuro. Esta é uma filosofia aceitável, mas que pode ser perigoso, posto que possa limitar o trabalho do artista a produzir segundo critérios de inclusão nas coleções de museus. Enquanto segue a discussão sobre as possíveis limitações sofridas pelo artista digital para adequar seus trabalhos ao mercado da arte, o que já é consenso entre artistas, curadores, colecionadores e pesquisadores é que arte digital tem o seu impacto no patrimônio cultural e não pode ser identificada como uma prática isolada, mas sim inserida em um contexto mais amplo da arte contemporânea. O legado deixado pelas artes das novas mídias faz parte do patrimônio da nossa cultura. Museus, fundações e colecionadores tem se dado conta da importância da arte de nosso tempo. Aumentam sua coleção, mas, ao mesmo tempo, se dão conta de que essas obras exigem manutenção. Então, proporcional à aquisição,