Os Conceitos de Tipo e Modelo em Arquitetura
Amílcar de Gil e Pires
Arquitecto, Professor Auxiliar da F.A.U.T.L. amp@fa.utl.pt Segundo Victor Consiglieri, a História da tipologia pode dividir-se, nos dois últimos séculos, em três fases significativas. A primeira teve o seu apogeu no Séc. XIX, nos discursos de Quatremère de Quincy, Durand, Viollet-Le-Duc, Ruskin e Semper, que defendiam que “a tipologia tinha um carácter atemporal relativamente aos factores históricos e universais, aplicando-se, pois, em qualquer sociedade”.2
A segunda fase tipológica decorreu no Movimento Moderno, entre 1920 e
1950, incidia também em princípios estéticos de composição arquitectónica e na elaboração de teorias formais, agora baseadas em princípios funcionalistas que originavam regras de análise e de classificação formal da Arquitectura, essenciais para a sua concepção e estruturação.
A terceira fase é coincidente com o período Pós-Moderno dos anos 70 (Séc. XX), fundamenta-se nos conceitos teóricos da primeira fase, mas agora com uma abordagem semiótica, e tem como referência autores de discursos teóricos de grande divulgação e aplicação na prática projectual como é o caso de G. Carlo
Argan; Aldo Rossi; Leon e Rob Krier, Ricardo Bofill, entre outros.3
A primeira noção rigorosa de tipo arquitectónico tem origem na cultura académica francesa, em J. N. Durand. Este arquitecto teórico definia o tipo como a “estrutura interna da forma arquitectónica” e como o “processo metodológico do projecto baseado na articulação de elementos e partes em planta e em fachada”.4
1 Apartir da sua Tese de
Doutoramento em Arquitectura:
Vilegiatura e Lugar na Arquitectura
Portuguesa, defendida na Faculdade de Arquitectura da UTL em
Fevereiro de 2008.
2 Victor Consiglieri,
As Significações da Arquitectura –
1920-1990, Ed. Estampa, Lisboa,
2000, p.147.
“No segundo volume das Lições, J. N. Durand apresenta uma exaustiva compilação de projectos de edifícios públicos,