Os conceitos de economia em "american gangster"
À primeira vista, o filme realça, de forma bem arranjada, a dualidade simbiótica entre o bem e o mal, o bandido e o mocinho. Entretanto, se observarmos mais de perto, veremos conceitos de administração e economia muito bem elaborados.
De um lado, Frank Lucas, que se aproveita da morte de seu chefe e padrinho, um poderoso criminoso do Harlem, para assumir os negócios enquanto seus supostos concorrentes se digladiam por migalhas.
Atravessando todo o "sistema", Lucas vai direto ao principal fornecedor de heroína em plena guerra do Vietnã e compra uma grande quantidade da droga. O transporte da mercadoria é feito por uma rede montada dentro da força aérea americana. Com, isso, além de reduzir drásticamente custos e atravessadores, também oferece "produtos" de inquestionável qualidade.
Por vezes recorrendo ao uso de brutal violência, Lucas torna-se o mais poderoso e blindado gangster americano.
Em contrapartida, Richie Roberts, um policial honesto, passa a ser seu único concorrente com o claro objetivo de encerrar as atividades criminosas de Lucas. Sem ter como montar uma equipe confiável, por conta da corrupção que o cerca, Roberts improvisa um grupo que, com muita astúcia, consegue identificar e prender o poderoso chefão do Harlem que está lhe tirando o sossego.
Sem alternativas mas provando ser um grande negociador, Lucas avalia o custo da oportunidade e entrega todo o esquema de seu "empreendimento" a Roberts, que, em contra-partida, torna-se seu advogado.
Querendo ou não, é uma obra de arte que expõe de maneira clara e objetiva boa parte dos conceitos do