Os classicos da Politica-Hobbes e Locke
A linha central na filosofia hobbesiana é a idéia de que o homem, antes da formação do Estado, vivia em seu estado natural, ou seja, numa condição de guerra generalizada, só passível de ser controlada, através de um contrato, todos os homens abrirem mão de seus direitos naturais para que, com a escolha de um soberano, esse estado de guerra seja controlado.
Esse estado de guerra decorre do fato de que todo homem é opaco diante do seu semelhante – eu não sei o que o outro deseja, e por isso suponho qual será a sua atitude e assim, ele fará o mesmo, o que implica que o mais razoável para ambas as partes é um atacar o outro, seja para vencê-lo ou para evitar um possível ataque. Assim, generaliza-se a guerra. Por isso, se não há um Estado controlando e reprimindo o que parece mais racional para o homem é atacar o próximo.
No estado de natureza, todo homem tem direito a tudo: o direito natural, ou jus naturale, é a liberdade que cada homem tem de usar o seu poder para preservar sua própria natureza, da maneira que quiser, e fazer tudo aquilo que seu julgamento e razão indiquem como meios adequados a esse fim.
Ele diz que os homens são tão iguais que não cabe a nenhum reclamar qualquer benefício a outro que este também não possa reclamar para si. Também são iguais quanto às faculdades de espírito, pois a prudência se adquire com o tempo e com a dedicação naquelas coisas a que se dedicam. Alguns podem se opor a essa idéia simplesmente por acharem, por vaidade, que sua sabedoria se eleva à dos seus comuns. Isso porque vêem sua sabedoria de perto, enquanto a dos outros homens à distância.
Para Hobbes, a melhor forma de garantir a própria vida é a antecipação pela força ou pela astúcia de modo que não encontre nenhum outro poder suficiente para ameaçá-lo. Esse aumento do domínio sobre os homens deve ser por todos admitido, pois é necessário para a conservação de cada um. Ele coloca que o homem não sente prazer da