Os Bestializados - República e Cidadania
O fim do Império e Início da República foi uma época caracterizada pela grande movimentação de ideias importadas da Europa. A questão de cidadania foi muito discutida nesse período e surgiram vários conceitos sobre ela. “A noção positivista de cidadania não incluía os direitos políticos, assim como não aceitava os partidos e a própria democracia representativa, admitia apenas os direitos civis e sociais”, essa ótica positivista, foi um dos conceitos de cidadania que começou a se formar no inicio da República. O direito de voto no Brasil, foi limitado por várias leis, que fazia do voto uma “função social antes de ser um direito”. No Brasil, a exigência de alfabetização introduzida em 1881 foi uma dessas barreiras suficientes para impedir a expansão do eleitorado. Além dos analfabetos, eram excluídos os pobres, as mulheres, os menores de idade, as praças de pré, os membros de ordens religiosas, ou seja, ficava de fora da sociedade politica a grande maioria da população. Apenas 2% da população participava do processo eleitoral. A República fez muito pouco em termos de expansão de civis e políticos. Houve um retrocesso no que diz respeito aos direitos humanos no inicio da nova forma de governo. A República vinha como uma era liberal que garantia novos direitos aos cidadãos, mas que na “vida real” se mostrava conservadora e antidemocrática. O exército teve papel importante nas causas populares. O exército se identificava com o povo. “O exército brasileiro é muito povo pra querer ser contra o povo e sobre o povo”, dizia Raul Pompéia. O positivismo serviu de grande inspiração ideológicas aos soldados. O positivismo de Comte “ levava os militares a se sentirem pouco à vontade dentro dos uniformes e a procurar eliminar ao máximo a distância que separava do mundo os civis através de reivindicação da condição de plenos cidadãos”. O