Os Baralhos da Copag entre 1920 e 1960
Priscila Farias
Costuma-se a passar despercebido aos olhos do usuário o design gráfico considerado
“descartável”, que é o caso das cartas de jogar. Relativamente poucos objetos têm sido considerados dignos de preservação e de estudos aprofundados. Somente a partir de meados da década de 1970, que artefatos como maços de cigarro, bilhetes de trem e rótulos de bebidas passaram a receber a mesma atenção dedicada a objetos mais “nobres” como livros, revistas e cartazes, por parte de pesquisadores da área de design gráfico.
O Design “Invisível” das Cartas de Jogar
Um dos princípios conhecidos da tipografia tradicional aconselha que a seleção e o arranjo de tipos de páginas de um livro devam seguir o costume do mais conservador dos leitores. O apego às tradições e o respeito a convenções estabelecidas historicamente são fundamentais para garantir a identidade e permanência dos jogos tradicionais. Podemos encontrar nas cartas de jogar, assim como na tipografia tradicional, registros visuais bastante precisos dos gostos e costumes de eras remotas.
Baralho no Mundo
Para Wintle (1987), os jogos de cartas têm origem árabe e foram introduzidos na Europa durante o século XIV, logo tornando populares. Formados por quatro grupos de cartas numeradas de 1 a 10 mais três cartas com figuras, totalizando 52 cartas. Chamado de naíbbe ou nayb pelos povos árabes, orientais e muçulmanos, essas cartas totalizavam de 40 à 52 cartas. No entanto, documentos datados surgiram entre 1376 e 1380, encontrados em
Florença, Viterbo, Basileia e Barcelona. O termo nayb significa um nobre de escalão abaixo do rei e corresponde ao nome da segunda e terceira cartas dos baralhos mouros. Em português o termo naipe é utilizado para denominar os símbolos que identificam cada uma das quatro sequências de cartas que compõem um baralho. Foi a partir do século XV que acelerou a fabricação dos baralhos em diversos países, devido ao