Os 15 melhores começos de livros universais
Dando sequência à série de melhores trechos de livros, pedimos aos leitores, colaboradores, seguidores do Twitter e Facebook que apontassem quais eram os melhores começos de livros da literatura universal. Cinquenta e cinco livros foram citados, destes, selecionamos os 15 que obtiveram mais citações, são eles: “Moby Dick”, de Herman Melville; “Notas do Subsolo”, de Dostoiévski; “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa; “O Complexo de Portnoy”, de Philip Roth; “A Lua Vem da Ásia”, de Campos de Carvalho; “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J.D. Salinger; “O Amanuense Belmiro”, de Cyro dos Anjos; “A Metamorfose”, de Franz Kafka; “Dom Casmurro”, de Machado de Assis; “Anna Kariênina”, de Liev Tolstói; “O Ventre”, de Carlos Heitor Cony; “Lolita”, de Vladimir Nabokov; “O Jardim do Diabo”, de Luis Fernando Verissimo; “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes; e “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel García Márquez.
Moby Dick
(Herman Melville)
Chamem-me simplesmente Ismael. Aqui há uns anos não me peçam para ser mais preciso —, tendo-me dado conta de que o meu porta-moedas estava quase vazio, decidi voltar a navegar, ou seja, aventurar-me de novo pelas vastas planícies líquidas do Mundo. Achei que nada haveria de melhor para desopilar, quer dizer, para vencer a tristeza e regularizar a circulação sanguínea. Algumas pessoas, quando atacadas de melancolia, suicidam-se de qualquer maneira. Catão, por exemplo, lançou-se sobre a própria espada. Eu instalo-me tranquilamente num barco.
Notas do Subsolo
(Dostoiévski)
Sou um homem doente… Sou mau. Não tenho atrativos. Acho que sofro do fígado. Aliás, não entendo bulhufas da minha doença e não sei com certeza o que é que me dói. Não me trato, nunca me tratei, embora respeite os médicos e a medicina. Além de tudo, sou supersticioso ao extremo; bem, o bastante para respeitar a medicina. (Tenho instrução suficiente para não ser supersticioso, mas sou.) Não,