Ortância e consequência da livre escolha do voto.
Com extrema precisão Norberto Bobbio considerou que, A democracia é a sociedade dos cidadãos. E os súditos só se tornam cidadãos quando lhe são reconhecidos alguns direitos fundamentais. Não se trata de saber quais e quantos são estes direitos, qual é a natureza e seus fundamentos, se são direitos naturais ou históricos, absolutos ou relativos, mas sim qual é o modo mais seguro para garanti-los, para impedir que, apesar das solenes declarações, eles sejam continuamente violados.
Já houve quem dissesse, certamente, Aristóteles, que o problema da relação entre as leis e os governantes apresentava-se em forma de crucial dilema. O questionamento se delineava sobre a conveniência de sermos governados pelo melhor homem ou pelas melhores leis. O pensador, com o qual perfilamos, integralmente, posicionava-se a favor da lei eficaz, pois esta não tem paixões que invariavelmente se encontram em cada alma humana.
Voto quer dizer manifestação de vontade, de preferência. Que fazem os participantes de uma eleição ou assembleia de escolherem gestores e representantes legislativos de modo livre inalterável, transparente, sem promessas que não se cumpre ou que, ainda que se cumpridas, parcialmente, ocorre pela via da fraude e consequentemente da injustiça. Votar em completa tradução que dizer anelo, desejo ardente, depósito de confiança em postulante a mandato eletivo que observe estritamente as antecipadas regras estabelecidas. Eleger-se violando este regramento é violência à constituição e desrespeito aos escolhedores quando, induzidos a modificar a vontade consciente de quem deturpa e altera escolha. Normalmente, a corrupção ativa tem como instrumento o poder econômico e financeiro ao passo que, o que funciona como vendedor do voto é, justamente, o contrário. A carência financeira e o desprovimento de recursos leva o cidadão em muitos casos a desonestidade. Apesar de