Onus
Ensino Comunicativo, de acordo com as duas definições de Almeida Filho (1993:47):
1) O ensino comunicativo em uma língua estrangeira é aquele que organiza as experiências de aprender em termos de atividades/tarefas de real interesse e/ou necessidade do aluno para que ele se capacite a usar a língua-alvo para realizar ações de verdade para interação com outros falantes-usuários dessa língua;
2) O ensino comunicativo é aquele que não toma as formas da língua descritas nas gramáticas como o modelo suficiente para organizar as experiências de aprender outra língua mas sim aquele que toma unidades de ação feitas com linguagem como organizatórias das amostras autênticas de língua-alvo que vão oferecer ao aluno-aprendiz.
Materiais didáticos em geral apresentam a língua por meio de uma seleção e organização prévia de dados, a fim de tornar estes mais acessíveis ao aprendiz, uma vez que, situações reais de comunicação são consideradas complexas demais para o mesmo. Uma gramática limitada –por definição- proporciona ao usuário um conhecimento restrito da língua, porém potencialmente criativo. Deve-se observar a aparente impossibilidade de ordenação ou categorização formal prévia quando se almeja trabalhar a língua enquanto comunicação. Sendo, portanto, o conhecimento comunicativo inerentemente criativo e potencialmente dinâmico, os sistemas de conhecimento nos quais se baseia podem ser finitos, mas sua inter-relação é infinita. A comunicação é, então, uma atividade tanto de criação quanto de acatamento de convenções, portanto o aprendiz tem de negociar com a língua-alvo e, num sentido real, recriá-la para si mesmo. Assim, não aprende comunicação, mas sim adquire a capacidade de se comunicar com falantes de comunidades que têm língua-alvo como materna, segunda língua ou língua franca de comunicação ampla.
No tocante a compreensão da linguagem oral, esta parece ser a habilidade que mais frequentemente desperta problemas