Olho mágico
Todos vemos a lua "imensa e amarela" quando flutua no horizonte, ao contrário de quando está alta no céu. Estaria mais próxima da Terra, quando baixa no horizonte, assim parecendo maior? Ou sua imagem seria ampliada quando a luz que reflete atravessa os céus? Sabemos há muito tempo que nenhuma dessas explicações é verdadeira. A segunda delas, proposta por Aristóteles (384-322 a.C.) e refinada por Ptolomeu (87-151 d.C.), perdurou até o século XVII, quando se demonstrou que esse engano perceptivo não dependia de fenômenos astronômicos, meteorológicos ou ópticos. De fato, sabemos hoje que a imagem da lua projetada na retina, quando vista no horizonte ou alta, no zênite, possui o mesmo tamanho.1
Poderíamos passar a vida inteira sem nos dar conta desse fato, acreditando ser uma lua enorme que nasce e que se põe. Mas ao constatarmos que esse não é o caso, ficamos diante de uma contradição: o que "vemos" em uma situação contrapõe-se ao que "vemos" em outra. Neste exemplo, a visão desarmada de uma lua