Obsessão e vampirismo
Em processos diferentes, mas atendendo aos mesmos princípios de simbiose prejudicial (Vide "Parasitismo nos Reinos Inferiores", mesmo cap.), encontramos os circuitos de obsessão e de vampirismo entre encarnados e desencarnados, desde as eras recuadas em que o espírito humano, iluminado pela razão, foi chamado pelos princípios da Lei Divina e renunciar ao egoísmo e à crueldade, à ignorância e ao crime.
Rebelando-se, no entanto, em grande maioria, contra as sagradas convocações, e livres para escolher o próprio caminho, as criaturas humanas desencarnadas, em grande número, começaram a oprimir os companheiros da retaguarda, disputando afeições e riquezas que ficavam na carne, ou tentando empreitadas de vingança e delinqüência, quando sofriam o processo liberatório da desencarnação em circunstâncias delituosas.
As vítimas de homicídio e violência, brutalidade manifesta ou perseguição disfarçada, fora do vaso físico, entram na faixa mental dos ofensores, e conhecendo-lhe a enormidade das faltas ocultas, e, ao invés do perdão, com que se exonerariam da cadeia de trevas, empenham-se em vinditas atrozes, retribuindo golpe a golpe e mal por mal.
O que é desencarnação?
Apenas quando os acontecimentos da morte se realizam, é que a criatura humana desencarnada, plenamente renovada em si mesma, abandona o veículo carnal a que se jungia; contudo, muitas vezes aprisionada ao casulo dos seus pensamentos dominantes, quando não trabalhou para renovar-se, nos recessos do espírito, passa a revela-se em novo peso específico, segundo a densidade da vida mental em que se gradua, dispondo de novos elementos com que atender à própria alimentação, equivalentes às trompas fluidico-magnéticas de sucção, embora sem perder de modo algum o aparelho bucal que nos é característico, salientando-se, aliás, que semelhantes trompas ou antenas de matéria sutil estão patentes nas criaturas encarnadas, a se lhes expressarem na