Lendas de vampiros
Os vampiros existiram?
Processos verbais e crônicas do século XVIII são explícitos. No decorrer de certas exumações, sob o controlo das autoridades locais, desenterraram-se cadáveres em perfeito estado de conservação: «O corpo não libertava qualquer cheiro, tinha sim, pelo contrário, mantido o seu estado de frescura sem que apresentam-se o mínimo sinal de decomposição. O sangue que saía da boca do cadáver era tão fresco como se de uma pessoa sã se tratasse. O cabelo, a barba e as unhas tinham crescido e a pele começava a separar-se do corpo, enquanto uma nova se formava. O rosto, as mãos, os pés, estavam igualmente conservados.» (Asfeld, 1730.)
Na maior parte dos casos; neste tipo de sepulturas (contrastando com as outras) registram-se tenebrosas vibrações. Fazem-se na aldeia o levantamento de muitas e misteriosas mortes, ocorridas na proximidade do cemitério. Animais degolados, homens e mulheres exangues, crianças mortas por debilidade e outros tantos casos de enlouquecimento.
Os agentes da polícia e os religiosos encarregados de fazer o inquérito dirigiram-se por fim ao cemitério, como era inevitável!
Os túmulos são abertos e o coração do cadáver é trespassado com o auxílio de uma estaca, a cabeça cortada à machadada e o caixão cheio de cal viva. Processos verbais, são redigidos e assinados pelos oficiais do rei e autenticados pelas autoridades locais.
Em 1776, D. Agustin Calmet, padre beneditino e abade de Senóvia, redigiu o seu Tratado sobre as aparições dos espíritos, reencarnações, anjos, demônios, e vampiros da Silésia e da Morávia, dedicado ao príncipe Carlos de Lorena, Bispo d’Olmütz.
Relata-nos ele: «Citam-se e ouvem-se testemunhas, examinam-se situações, observam-se os corpos exumados procurando sinais vulgares, como a mobilidade, a flexibilidade dos membros, a fluidez do sangue, a incorruptibilidade do corpo. Se tais pormenores forem na verdade observados concluir-se-á que são eles quem molesta os vivos, pelo que são