OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE E PESQUISA AÇÃO
Nos anos de 1980 e no início da década de 1990, a pesquisa participante causou impacto nos estudos de comunicação, porém, logo em seguida, acabou perdendo força. Teoricamente, o tema é tratado muitas vezes de maneira preconceituosa. O interesse por esse tipo de pesquisa foi reacendido, mesmo com as discrepâncias conceituais que envolvem o assunto, principalmente quanto aos termos “pesquisa participante”, “pesquisa-ação” e “observação participante”. A pesquisa participante nada mais é do que a inserção do pesquisador no ambiente em que ocorrem os fenômenos, além da ocorrência da interação dele com a situação pesquisada. O observador passa o tempo todo no ambiente investigado, compartilhando as atividades e co-vivenciando as experiências. Há também uma necessidade do pesquisador muitas vezes assumir o papel do investigado para entender o sentido de suas ações. Essas são a base de seus procedimentos metodológicos. Um fator muito importante é que o investigado participa do processo de realização da pesquisa, o que faz com que o investigado sinta-se influente no processo e nos resultados da pesquisa. Outro fator debatido é que as estratégias de inserção do pesquisador no grupo a ser investigado vêm sendo estudadas, já que não há a necessidade que ele fique camuflado no grupo. No Brasil a pesquisa participante foi incorporada num momento de efervescência política e econômica. No contexto em que foi inserida, o destaque ficou para a importância de deslocar as universidades para o campo da realidade, para que as diferenças entre o objeto e o sujeito de estudo fossem diminuídas. Nesse momento também foi colocada em choque as teorias positivistas que conferiam legitimidade apenas às pesquisas empíricas e às lógicas. As pesquisas positivistas têm como característica a pretensão da neutralidade, que foi apontada como uma falácia, já que podem ocorrer interferências no processo. Essas interferências podem estar