Da Observação Participante a Pesquisa-Ação: uma Comparação Epistemológica para Estudos em Administração Marcos Eduardo dos Santos RESUMO: Este trabalho tem por objetivo compreender mais precisamente o que vêm a ser os métodos de pesquisa sociais denominados observação participante e pesquisa-ação, utilizando-se de comparações e inter-relações entre seus diversos aspectos, tais como conceitos, objetivos e características, visando fornecer uma base referencial a ser aplicada em estudos de Administração. O estudo inicia-se com um debate filosófico entre pesquisa quantitativa e qualitativa, visando contextualizar o escopo do estudo sobre os paradigmas positivistas e interpretativos. Em seguida, são descritos os conceitos, objetivos, características e etapas dos métodos propostos, além de uma visão crítica sobre os métodos de pesquisa de aproximação em relação aos positivistas. Concluindo o artigo percebe-se que a singularidade da pesquisa-ação está em utilizar-se de um processo cíclo interativo a fim de provocar mudanças num dado sistema sócio-técnico. Já a observação participante, que consiste na participação do pesquisador no cotidiano de um grupo ou organização, em contato direto com os observados, como se um deles fosse, permite ao investigador científico captar dados, símbolos, particularidades que não o seriam em uma observação quantitativa. 1 INTRODUÇÃO Os métodos e técnicas utilizados atualmente em pesquisas sociais e humanas são decorrentes da evolução social, cultural e econômica das sociedades. Inicialmente, as teorias formuladas tinham como referência às sociedades primitivas, as quais se organizavam coletivamente, tanto para pescar, caçar, plantar, comer, dormir e se divertir. Havia um líder que exercia o comando sobre todas essas pessoas, determinando como deveriam se comportar perante a sociedade. Apesar de seu poder, esse líder não tinha posse alguma, pois todos os bens eram coletivos. Já na idade média as pessoas passarão a se reunir em feudos, ou