Obras de Aristoteles
O conhecimento das obras sobre a Natureza realizadas por Aristóteles é de fundamental importância se pretendemos, de fato, entender as discussões medievais, renascentistas e modernas no que se refere a: conceito de matéria, concepção de mundo, queda livre, teoria do impetus e da inércia, concepção de força-viva ('energia cinética') de Leibinz, conceito do momentum etc.
Isso pode ser facilmente percebido ao nos debruçarmos sobre os trabalhos de pensadores que se estende por mais de vinte séculos após a morte do filósofo grego. Estes trabalhos possuem como um dos pilares o corpus da ciência aristotélica.
Por se tratar de uma construção complexa e altamente articulada discutiremos resumidamente as concepções e crenças segundo as quais se alicerçam as explicações para o movimento em Aristóteles.
Dessa maneira, este artigo tem por finalidade apresentar as bases que fundamentam os movimentos - em especial o movimento local - na física aristotélica e mostrar que o fato de os corpos rumarem naturalmente para o alto ou para o baixo possui implicações que vão além da maneira como o mundo está organizado.
Desenvolvimento
Para Aristóteles, a metafísica constitui-se, necessariamente, como teologia. Ele se depara com a tarefa de garantir a imobilidade do ser, afirmando, contudo, o movimento presente na natureza. Para isso, ele desenvolve uma teoria do movimento desde a dupla caracterização ato-potência. Nessa perspectiva, o movimento é a atualização disso que já pertencia a um ente enquanto virtualidade. Se o ser é não apenas ato, mas também potência, as coisas podem sofrer modificações sem deixar de ser, pois tornar-se outro será, nesta concepção, entendido como a passagem de um modo de ser a outro, ambos sempre potencialmente presentes. Desde essa interpretação, forma-se a compreensão da divindade como motor imóvel, ato puro de contemplação de si mesmo, que não se relaciona com o mundo, mas apenas o atrai. Deus, de acordo com esse pensamento, nem