Nós, as garotas
Nós, garotas, temos entre 24 e 30 anos, com margem de erro para mais e para menos, e algumas perdidas em outras gerações. Essas são tratadas como ídolos ou irmãs mais novas. Nós, garotas, moramos aqui porque queremos, mas podíamos estar em qualquer lugar, e estamos em todos os lugares ao mesmo tempo. Conectadas, cosmopolitas. O computador tem lugar cativo na bolsa. Filhas da televisão, da internet e de Sex And The City, com correções.
Nós, garotas, somos realizadoras. Achamos que livros pesam mais do que halteres. Que a magreza extrema é coisa dos anos 90. Não queremos ser modelos em páginas de revista. Queremos ser escritoras, produtoras, diretoras, advogadas, médicas, estilistas, empresárias.
Nós, garotas, queremos ser gente de verdade. Ainda não chegamos lá. Porém, temos o vislumbre de quem queremos ser. Sonhamos comprido e o caminho é sadomasoquista; faz rir e chorar do açoite. Como espartanas, rimos com sangue entre os olhos. Porque nós, garotas, queremos. Queremos muito.
Nós, garotas, assumimos. Seja o sonho, seja o prato sujo na pia. Não dependemos de almas caridosas, ou ligações telefônicas. Criamos os meios. Não aceitamos ‘não’ como resposta. Não nos amedronta.
Nós, garotas, não temos plano B na vida. Somos plano A, B, C, D e E ao mesmo tempo. Alguns diriam que somos kamikaze. Que fazemos tudo ao