Não Há Religião Mais Elevada que a Verdade
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Pode haver camadas profundas e desafiadoras de significado na ideia aparentemente simples expressada pelo lema do movimento teosófico: “Não há religião mais elevada que a verdade”. Talvez a frase resuma o projeto de longo prazo do movimento. A sua calma avaliação pode ajudar o estudante a ver desde uma perspectiva mais ampla alguns velhos obstáculos no seu caminho, e certos mecanismos de ignorância espiritual que são tanto individuais quanto coletivos. Para compreender melhor o lema do movimento teosófico, deve-se estudar a teoria de Maya ou Ilusão. Mas se o estudante quiser ir além e também viver à altura do lema, ele terá que tomar algumas providências práticas para encontrar o seu próprio caminho de ruptura com Maya. Será uma viagem longa. No entanto, o próprio processo de manter o lema vivo no templo da sua mente e do seu coração o ajudará a chegar ao velho caminho estreito e íngreme, montanha acima, que leva à verdade. O movimento teosófico adotou o antigo lema do Marajá de Benares, na Índia, e é originalmente sânscrito: “Satyat Nasti Paro Dharma”. É famosa a tradução que H.P. Blavatsky faz dele na edição original de “A Doutrina Secreta”: “NÃO HÁ RELIGIÃO (OU LEI) MAIS ELEVADA QUE A VERDADE” [1] Incluída entre parênteses, a palavra “lei” indica que “dharma” não significa apenas “religião”. Na verdade, “Dharma” significa religião, lei, escritura sagrada, doutrina, ciência, dever, conduta correta, virtude, equidade, justiça e filosofia. O outro termo da equação oculta presente no lema é “Satyat”, que também possui um significado relativamente amplo. “Satyat” não é sinônimo apenas de “verdade”, mas também de realidade suprema, ser supremo e essência suprema. “Satyat” sugere “Sat”, a realidade única e sempre presente, a Condição Essencial de Ser ou “Ser-alidade” que corresponde à primeira proposição fundamental da Doutrina Secreta. [2] O lema do movimento é um axioma multidimensional. Se preservarmos os dois principais conceitos