NTRODU O
As mudanças introduzidas nas organizações produtivas, têm alterado os processos e as relações de trabalho. Assim, novas configurações rebatem no fazer operativo do Serviço Social. Nesse sentido, é importante, diante desse panorama societário, numa primeira aproximação, apontar algumas reflexões no sentido de como o Serviço Social visualiza essas transformações, como as interpreta e reelabora na sua prática profissional.
Os principais mentores da Reengenharia e da Qualidade Total serão mencionados no decorrer deste trabalho, a fim de termos um panorama desse quadro, com a apresentação de seus conceitos e princípios, bem como a visão de alguns autores, sobre a introdução dessas novas modalidades na organização do trabalho.
O tema reestruturação produtiva tem sido trabalhado por diversos autores como Antunes (1995,2000); Mattoso (1995), Almeida e Alencar (2001); Harvey (1989), Rifkin (1995), entre outros.
A Reestruturação Produtiva
As transformações que vêm ocorrendo nas sociedades capitalistas, há pelo menos três décadas, decorrem da crise iniciada na década de 70, com a queda da taxa de lucro do capital, nos países centrais, provocando baixo crescimento da produção e da produtividade, repercutindo no mundo do trabalho, com crescente desemprego, de acordo com Serra (2001).
Almeida e Alencar apud Antunes (1999) mostram que o que mais se evidencia, na crise de acumulação do capital, refere-se à: redução dos níveis de produtividade do capital, dado a acentuada tendência decrescente da taxa de lucro; esgotamento do padrão de acumulação taylorista/fordista de produção; hipertrofia dos capitais financeiros, que ganhavam relativa autonomia frente aos capitais produtivos; maior concentração de capitais, devido às fusões entre as empresas monopolistas e oligopolistas; crise do Welfare State ou do Estado de Bem-Estar Social, que gerou crise fiscal do Estado capitalista, com a conseqüente retração dos gastos públicos e sua transferência para o capital privado;