Noção de alteridade nos 5 marcos históricos da antropologia, segundo laplantine
Segundo Laplantine, o primeiro marco histórico é a pré-história da Antropologia; é onde se dá o primeiro impacto dos viajantes, que saem da Europa e descobrem a existência do “outro”. Nesse momento surge a questão: Esse ser é humano ou não?. A principal característica dessa época é a de se perguntar se o “outro” era ou não humano. Também nesse período são estabelecidos critérios para se verificar essa questão. Na concepção dos Espanhóis, ser humano significava ter alma, “acreditar pecado original, crer em Deus, ou seja, era um critério puramente religioso. Haviam também outros critérios utilizados a partir do século XVI para classificar os índios como humanos, tais como: a aparência física, os comportamentos alimentares, a inteligência. Assim, não acreditando em Deus, não tendo alma, não tendo acesso à linguagem, sendo assustadoramente feio e alimentando-se como um animal, o selvagem é apreendido nos modos de um bestiário. E esse discurso sobre a alteridade, que recorre constantemente à metáfora zoológica, abre o grande leque das ausências: sem moral, sem religião, sem lei, sem escrita, sem Estado, sem consciência, sem razão, sem objetivo, sem arte, sem passado, sem futuro. Neste primeiro momento, ele coloca dois pontos de vista opostos, onde Las Casas diz que os índios não eram bárbaros, e sim que tinham aldeias, ordem política, e, que muitas vezes, superavam alguns costumes de outros povos ditos “civilizados”. Sepulvera, por sua vez diz que: Que tais nações por serem tão bárbaras e desumanas, seria sempre justo que essas pessoas estejam submetidas ao império de príncipes e de nações mais cultas e humanas, abandonando assim a barbárie e se conformando com uma vida mais humana e ao culto da virtude. É também nessa época que surge a figura do mau selvagem e do bom civilizado. No século XVII, eram chamados de selvagens tudo o que não pertencia à