Novas Situações nos Desafiam
Clonagem “A perpetuação da espécie Homo Sapiens por meio da procriação natural dá indícios de obsoletização diante do mundo inusitado da procriação artificial”.
Enfrentemos a questão de saber se o uso da clonagem para produzir uma pessoa é, em princípio, moralmente aceitável ou não, usada desse modo, é intrinsecamente errada. Há basicamente duas linhas de argumentação: Primeiro, o que pode inicialmente ser descrito como o direito da pessoa a ser um indivíduo único, mas que, no final, deve apenas ser caracterizado de fato como o direito das pessoas a ter uma natureza genética única. Segundo, de que a pessoa tem direito a um futuro que está, num certo sentido, em aberto. Inúmeras pessoas sentem que ser um ser individual único é importante, em resposta, penso que é legítimo questionar se a unicidade é relevante. Se, por exemplo, se vier a descobrir que existe, talvez num planeta distante, um indivíduo qualitativamente idêntico a alguém, até ao mais pequeno detalhe, tanto física como psicologicamente, será que isso tornaria a vida dessa pessoa menos valiosa, menos merecedora de ser vivida? Daí que eu tenda a pôr em causa a perspectiva amplamente aceite de que a unicidade é uma parte importante do valor da vida de alguém. Felizmente, contudo, não é necessário responder a essa questão neste momento, uma vez que a clonagem não produz, efectivamente, uma pessoa qualitativamente indistinguível do indivíduo clonado, uma vez que, como acontece no caso dos gémeos idênticos, dois indivíduos com o mesmo código genético, mesmo tendo sido criados na mesma família na mesma altura, diferem em aspectos relevantes, devido aos acontecimentos diferentes que compõe as histórias das suas vidas.
Assim, o presente argumento, para ser bem-sucedido, tem de abandonar a tese de que uma