Notica Macro Ambiente
A quebra de um banco abala o sistema alternativo Bitcoin, mas as apostas persistem. Por Carlos Drummond por Carlos Drummond — publicado 20/03/2014 04:09, última modificação 20/03/2014 04:38
Flickr / antanacoins
O fechamento do Flexcoin, principal banco de transações com bitcoins, assustou até os mais entusiasmados usuários dessa moeda virtual criada há quatro anos. A cotação caiu de 3,6 mil reais, registrados no fim de dezembro, para 1,6 mil reais, segundo o site TradingView.com. O total de estabelecimentos brasileiros de pequeno porte que aceitam pagamento em bitcoins, entre bares, oficinas e pousadas, caiu de 30 para menos de 10, em poucos dias.
Importantes para a captação de recursos por organizações como o site WikiLeaks, de divulgação de informações sigilosas, bloqueado pelas empresas de cartões de crédito, as transações com bitcoins ocorrem em um sistema de caixa eletrônico ponto a ponto, protegido por criptografia. Os atrativos, de acordo com os seus usuários, são a ausência de taxas, impostos, regulação e fiscalização pelos bancos centrais dos Estados nacionais.
Há, no entanto, um problema: os usuários de bitcoins não têm a quem recorrer em caso de quebra de participantes das transações. Na crise de 2008, os bancos centrais socorreram o Lehman Brothers e dezenas de outras instituições financeiras, com farto suprimento de dinheiro proveniente de impostos. Sem os BCs, rejeitados pela comunidade usuária de bitcoins, o mundo provavelmente teria afundado em uma crise pior do que aquela da Grande Depressão dos anos 1930.
O que provocou o fechamento do Flexcoin foi o roubo, por hackers, de 896 bitcoins, equivalentes a 365 mil libras esterlinas. “Como não temos reservas, ativos ou outro meio para superar essa perda, fechamos as nossas portas imediatamente”, dizia o comunicado exibido na primeira página do site. O encerramento aconteceu menos de dois meses depois do colapso do MtGox, principal site de transações do segmento, após o