Notas do Livro - A Vida de Laboratório (LATOUR & WOOLGAR)

UFMT/IE/Departamento de Psicologia
Disciplina: Grupo de Pesquisa – 2011
Profª Dra Dolores Galindo
Discente: Anny Rodrigues

- Notas do Livro:
LATOUR, Bruno; WOOLGAR, Steve. A vida de laboratório: a produção dos fatos científico. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997.

Capítulo 1 – A ETNOGRAFIA DAS CIÊNCIAS

No primeiro capítulo, Latour e Woolgar (1997) relatam o cotidiano de um laboratório de ciências e resolve fazer deste o seu objeto de pesquisa. Fala sobre as rivalidades, as pesquisas, financiamentos, compara os pesquisadores a jovens executivos dinâmicos. Fala da multiplicidade étnica encontrada dentro de um laboratório. Latour e Woolgar resolveram estudar o cotidiano do laboratório, visto que muitos etnógrafos estudam várias tribos e povos distantes, mas esquecem do que está perto do seu dia-a-dia. Para Latour e Woolgar, a pesquisa, dentro do laboratório observando os cientistas, tem por finalidade abrir um caminho diferente: aproximar-se da ciência, contornar o discurso dos cientistas, familiarizar-se com a produção dos fatos e depois voltar-se sobre si mesma, explicando o que os pesquisadores fazem, através de uma metalinguagem que não deixe a desejar à linguagem que se quer analisar. Fazer o que fazem os etnógrafos, aplicando a deontologia habitual às ciências humanas: familiarizar-se com o campo, mantendo-se independente dele e a distância.
O laboratório é algo praticamente fechado, e de entrada restrita, mesmo ligado em redes, muitas vezes essas redes podem acabar sendo ignoradas. Latour e Woolgar também observam que o laboratório estudado se ocupa de “fatos” e, que o laboratório se baseia em tais “fatos” para dar validade as suas pesquisas. O laboratório é bastante complexo, e Latour e Woolgar não buscam reconstruir o mundo interior vivido pelos pesquisadores, pois assim, os cientistas não iriam se reconhecer em seus estudos, ou não teriam interesse em expor detalhes que não estivessem relacionados às ciências. Faz uma descrição vista do