Nossa Senhora do Rosário
A Várzea foi sede de uma pequena povoação do século XVI, originária do Engenho Santo Antônio ali fundado nos primeiros anos da colonização por Diogo Gonçalves, em torno do qual gravitavam 16 outras fábricas de açúcar que juntas formavam a chamada Várzea do Capibaribe. A sua igreja matriz, dedicada à Nossa Senhora do Rosário, abrigou a primeira freguesia suburbana do atual município do Recife. A igreja matriz passou por reformas, entre 1868 e 1872, nada mais restando da primitiva Capela de Nossa Senhora do Rosário.
No final da primeira metade do século XVII, os três principais engenhos da Várzea - São João, do Meio e Santo Antônio - tinham por proprietário João Fernandes Vieira, principal chefe da Insurreição Pernambucana (1645-1654). Foi na Várzea que se estabeleceu, a partir de 1645, o novo Governo de Pernambuco, tendo ali funcionado a Santa Casa de Misericórdia de Olinda, o Hospital Militar e o Senado da Câmara de Olinda. No dizer de F. A. Pereira da Costa, "ali funcionou, enfim, toda a governança e o mecanismo oficial da Capitania de Pernambuco; a povoação da Várzea foi, por assim dizer, a sua capital durante o período da Guerra Holandesa, que se estendeu de 1645 a 1654".
Na igreja matriz uma placa assinala que ali foi sepultado, em 1648, "o bravo Dom Antônio Filipe Camarão, governador dos índios que, com seus arcos e flechas, defendeu a fé e a pátria contra o batavo invasor", No contexto das invasões holandesas do Brasil, auxiliou a resistência organizada por Matias de Albuquerque desde 1630, como voluntário para a reconquista de Olinda e do Recife. À frente dos guerreiros de sua tribo organizou ações de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores, e faleceu no Arraial (novo) do Bom Jesus (Pernambuco), em 24 de agosto de 1648, em consequência de ferimentos sofridos no mês anterior, durante a Batalha dos Guararapes. Em sua sacristia, escavações recentes desenvolvidas