Nos limites da gênese: da escritura do texto de teatro à encenação
ALMUTH GRÉSILLON
A analise genética quando relacionada a textos literários, consiste na reconstrução do processo de criação desses textos, desde o primeiro rascunho até ao processo de final de impressão, e após a impressão, começa outro processo, que já faz parte do escritor. Para evocar o a gênese usa-se a metáfora do teatro ou da cena da escritura e pensa-se então no processo de encenação. Isso também vale para o próprio texto de teatro. O autor toma-se de um caso, comum hoje no mundo do teatro, segundo ele o da existência de um texto escrito proposto com vistas a uma encenação. Ele não fala de uma encenação propriamente dita, mas somente de gênese textual. Podendo-se afirmar que esse texto percorreu aproximadamente as mesmas fases genéticas que um texto de prosa ou poesia.
O mais marcante segundo o autor, é a descoberta de que tal texto, para o qual o autor deu seu imprimatur como que para selar desse modo o fim absoluto do percurso genético, pode perfeitamente partir de novo em direção a novos desdobramentos escriturais. Os prolongamentos do gênero teatral, que, muitas vezes são uma escritura a duas mãos, produzidos por vários coautores e, no mais das vezes, resultam do encontro entre um texto escrito e dados que pertencem propriamente ao universo cênico (autores, vozes, gestos, cenário, espaço, iluminação). Assim, um simples diálogo entre autor e diretor pode ser o suficiente para que o primeiro resolva operar mudanças.
Existem também o chamado grau zero, onde em nenhum momento, o texto original fora modificado, mesmo com anos de encenação. Segundo o autor, quanto mais o texto pertence ao cânone dos textos clássicos, menos ele é modificado.
Segundo Grésillon, o autor também pode ser ator, como exemplifica com Harold Pinter, essencialmente dramaturgo, mas igualmente ator ou diretor conforme as situações, atribuiu-se na ocasião da segunda encenação de