NORMA OCULTA
Por que é necessário que se produza uma gramática do português brasileiro preparada por pesquisadores engajados na investigação criteriosa da nossa realidade linguística.
O autor nos alerta aos problemas de recorrermos aos compêndios gramaticais tradicionais que são regras gramaticais há muito desaparecidas da atividade linguística do Brasil.
QUAL O PROBLEMA COM AS GRAMÁTICAS NORMATIVAS?
É sem uma metodologia cientifica rigorosa
Por serem normativa trazem um problema congênito, por causa do conceito de norma que nelas vigora
Essas obras não fazem uma descrição criteriosa no que elas chamam de norma culta. Norma culta é a língua usada na literatura
O uso que um gramatico faz dos escritos é conduzido pelas concepções de correção e incorreção que ele traz como crença prévia a seu trabalho.
Visão tradicional do que é uso “certo” e “recomendável”
Buscam nos grandes autores exemplos que possam justificar a imposição da doutrina prescritivista.
Os escritores não podem servir de modelo de uso certo da língua.
EU CONHEÇO ELE, SIM, E DAÍ?
Fenômenos que representam mudanças na norma padrão. Caracteriza o português brasileiro. O português brasileiro é a mudança na norma padrão que as obras gramaticais de perfil normativo trazem de uma forma muito tímida, sem que o gramático aplique a elas os mesmos adjetivos de “recomendável”, “corretos” ou “exemplar”
O uso do pronome ele como objeto direto não é crime, não é pecado, não é imoralidade. É uma regra gramatical da língua falada no Brasil. EXEMPLOS
Na literatura:
(1) “Antônio Balduíno, que antes estava com pena e achava ela bonita, ficou com raiva” (Jorge Amado, Mar morto)
(2) “Levava ele pra sala / pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos / ele não se importava “ (Manuel Bandeira, Estrela da vida inteira) Na imprensa:
Pública