noite na taverna
Sobre o autor e estrutura da obra
Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo e estudou direito. Além de Noite na Taverna, escreveu Lira dos Vinte Anos (poesia) e Macário (teatro), deixando também poemas esparsos e trechos inacabados. Pertence a Segunda Geração do Romantismo brasileiro. Geração do Mal do Século, fuga do tédio e da banalidade da vida.
Noite na Taverna é geralmente classificada como um livro de contos. Na taverna amigos estão reunidos. Já embriagados, e propõem-se a contar histórias macabras que viveram.
Os contos são introduzidos por epígrafes, que interessam tanto pelo conteúdo da citação e da sua relação com o conteúdo das histórias.
Um grupo de amigos se encontra numa taverna. Estão todos bêbados, mas desejam beber mais. Desse modo o leitor vai sendo apresentado aos personagens: Solfieri, Bertram, Archibald, Johann e outros que ainda não são nomeados. Seus discursos demonstram insatisfação com a vida. O pálido Solfieri, então, propõe-se a contar uma história medonha, que e não é um conto, e sim uma lembrança do passado.
O conto de abertura tem a função de apresentar os personagens ao leitor e fazer a ambientação das histórias que virão. Vale ressaltar que a conversa ali desenvolvida, que se transforma num princípio de discussão, serve para desvelar o leitor.
Solfieri
Sua história passa em Roma. Numa noite de verão, Solfieri anda pela rua solitário e flagra o vulto de uma mulher em uma janela. A imagem daquela mulher pálida e de seu canto permanecem na sua mente.
Um ano depois Solfieri ainda não conseguiu esquecer aquela visão. Depois de uma orgia, quando se da por conta está dentro de igreja, diante de um caixão, Solfieri fecha as portas da igreja e retira a defunta do caixão para amá-la. A moça acorda.
O tema do relato de Solfieri é necrofilia. O protagonista descobre tão surpreso quanto o leitor, que a moça estava viva, a mulher é praticamente uma morta-viva, um ser inconsciente e delirante.