Noel Guarany - 15 anos para repensar
A cada dia toma mais corpo entre os homens a ideia que nós não morremos, mas sim um dia mudamos de casa... Portanto, então baseada nesta ideia que falamos que o pajador missioneiro Noel Guarany mudou de rancho no dia 06 de outubro de 1998, foi cantar suas verdades e enfeitar com os acordes de sua guitarra outros lugares... Neste ano fazem 15 anos.
Não temos pretensão de escrever nada de novo sobre a arte deste mestre, pois muitos já falaram e nos parece que hoje, lendo reportagens, escutando sua obra, conversando com quem sua obra conhece, pensamos que Noel cumpriu plenamente seu intento, que foi de ser protagonista de um tempo novo no nascedouro da música do Rio Grande do Sul.
Ele foi buscar inspiração na gênese da sociedade rio-grandense, o primitivo habitante e de tudo aquilo que fermentou nas reduções jesuíticas, para trazer a tona uma música de um valor inigualável. Temos presente que Noel foi garimpeiro mor desta música, a qual ele denominou de nativista missioneira.
Noel, esta figura ímpar, foi estudioso in loco daquilo que ele considerava substancial para uma autêntica musicalidade. Viajou para diferentes lugares do Brasil e para fora dele – Argentina, Paraguai, Uruguai – tanto no meio culto letrado, como no convívio com peões de estancias, pescadores, balseiros, para assim amalgamar uma arte musical, que certamente não morrerá, pois têm na sua gênese, valores terrunhos que o farão sempre respeitada e apreciada por aqueles que têm gosto pela boa arte musical.
E, vendo nesta ótica, Noel vive e viverá cada vez mais, pois notamos que o modismo musical efêmero não o suplanta, ao contrário.
Queremos hoje aqui neste espaço de reverência e reflexão transcrever parte de um texto de outro bossoroquense, João Luiz Bandeira (in memoria), neste mesmo jornal, A Notícia, do dia 29 de agosto de 1992: “Eu considero o Noel Guarany, juntamente com o grande poeta e Pajador Jayme Caetano Braun, verdadeiros ecos da linguagem