No Início Do Século XX2 1
Como conseqüência, nas décadas de 1940 e 1950, as autoridades buscaram desenvolver e implementar medidas preventivas, dentre elas, a seleção médica e psicotécnica. Esta, por sua vez, tinha a finalidade de restringir o acesso ao volante das pessoas consideradas propensas a se envolver em acidentes de trânsito. A concessão do documento de habilitação passou a ser considerada pelas autoridades um privilégio, em que o candidato provaria sua capacidade de conduzir com segurança, por meio de uma bateria de testes e exames. Discutia-se, ainda, a necessidade de validade temporária e não mais permanente da habilitação, instituindo verificações periódicas das condições mínimas de capacidade física e psíquica dos motoristas; assim como, a identificação dos critérios e da forma de avaliação dessa capacidade conforme o tipo de habilitação, uma vez que diferentes categorias de veículos exigiriam diferentes habilidades (Côrtes, 1952).
Dessa forma, buscava-se identificar os indivíduos certos para ocupar os lugares certos (Mange, 1956; Trench, 1956; Antunes, 2001).
Nesse contexto, a teoria da propensão aos acidentes era fortemente discutida no âmbito internacional (Forbes, 1954; Nagatsuka, 1989). Essa teoria exerceu grande influência nas disciplinas que atuavam junto ao trânsito no mundo inteiro e teve fortes repercussões no Brasil (Campos, 1951, 1978, 1978b). Segundo essa teoria, algumas pessoas são mais propensas do que outras a se envolver em acidentes, o que justificava a elaboração de um processo de