No Brasil
Catolicismo, a religião dos conquistadores
Descoberto em 1500, conquistado e colonizado pelos portugueses ao mesmo tempo que catequizado pelos missionários mais representativos da Contra-Reforma ibérica, os padres jesuítas, o Brasil foi um país oficialmente católico por quase quatro séculos. Mesmo depois de ele ter se tornado uma nação independente em 7 de setembro de 1822, manteve-se a Igreja católica oficialmente unida ao novo Estado-nação.
Décadas antes do Descobrimento, o papado já havia concedido à Coroa portuguesa o direito de padroado sobre as igrejas instaladas nas terras conquistadas por Portugal. As conquistas portuguesas se transformavam, assim, em verdadeiras "cruzadas" destinadas à conversão compulsória de novos povos e populações. A evangelização ia junto com a dominação colonial.
O que era o padroado? Em recompensa pelo envolvimento direto do Estado português na conversão dos "infiéis", o papa concedeu à Coroa o controle sobre as novas igrejas. Cabia ao rei de
Portugal conquistar, junto com as novas terras, novas almas. Devia construir templos e mosteiros, dotá-los de padres e religiosos e, principalmente, nomear os bispos. O clero fazia parte do funcionalismo público, remunerado pelo Estado.
No período colonial, a Igreja dependia mais do Estado português que do papado. O Estado impunha sua orientação à Igreja, totalmente subordinada. Todas as diretrizes e instruções emanadas do Vaticano chegavam ao Brasil por meio da administração portuguesa. O monarca detinha a prerrogativa de censurar os documentos oficiais vindos de Roma, antes de serem publicados nas colônias. Era a Coroa portuguesa que regulamentava as reuniões dos sínodos diocesanos.
Com o Império, o padroado passou da Coroa portuguesa para o imperador d. Pedro I, em 1827. O catolicismo