Ninho de amor

Ninho de Amor
Devil’s Causeway

Mary Wibberley

A casa da ilha, batida pelos ventos gelados do mar da Escócia, era um refúgio perfeito para amantes. Maria sentiu um aperto no co­ração, ao se aproximar. Ali, seu pai e Isobel ti­nham vivido os mais lindos momentos de um amor proibido. Podia até imaginá-los abraça­dos junto da lareira. Agora, os dois estavam mortos e cabia a ela, Maria, destruir todas as provas do romance ilícito. Abriu a porta, pronta para enfrentar o passado. Mas encon­trou Brand Cordell esperando-a. Ele era o fi­lho de Isobel c acabava de descobrir o caso da mãe com o pai dela. Furioso e amargurado, queria se vingar em alguém. E Maria estava ali, sozinha, indefesa...

Disponibilização do Livro : Valeria O.
Digitalização: Joyce
Revisão: Cynthia M.

Ninho de amor
Copyright: Mary Wibberley
Título original: Devil's Causeway

CAPÍTULO I

Maria estava na praia, olhando para a ilha que não era uma ilha. Na maré baixa, a passagem — o Caminho do Diabo — aparecia. O mar bravo já estava retrocedendo, quase com relutância, mostrando a pe­nínsula que ocultara nas últimas horas. O vento forte despenteava os longos cabelos de Maria, fazendo-os baterem no rosto, e ela se enco­lheu dentro do casaco de pele de carneiro, respirando o ar pesado de maresia e sentindo o sal nos lábios. Havia lágrimas em seus olhos, ao olhar para a ilha. Era um lugar isolado, a quilômetros de distância de qualquer cidade, quase que esquecido pelo mundo. Um lugar para amantes ficarem sozinhos, longe dos olhares indiscretos. Só que não viriam mais, não existiam mais. O pai de Maria, o homem que mais amava no mundo, e sua amante, Isobel, tinham morrido instantanea­mente, num desastre de automóvel, quando se dirigiam para seu ninho de amor.
Maria sentiu o gosto das lágrimas se misturando com o sal do mar. Preferia não ter vindo, mas não tinha escolha. Precisava ir até a casa para remover tudo o que fosse pessoal, para apagar tudo que pudesse denunciar aqueles quinze anos de amor