nietzsche
“Sócrates foi um equívoco: toda a moral do aperfeiçoamento, inclusive a cristã, foi um equívoco”.
Após termos focado nosso olhar sobre o percurso de Karl Marx que se apresenta critica da consciência moderna, vamos aprofundar o nosso olhar na crítica à visão moderna de consciência e de mundo, acompanhando o pensamento de Friedrich Nietzsche.
a) O projeto de Nietzsche: A defesa dos valores da Tragédia grega
O projeto da filosofia de Nietzsche(1844-1900) traz uma proposta de total inversão nos valores morais tradicionais e nas idéias cristãs e filosóficas desses “2000 anos de mentiras”.
Nietzsche se apresenta como um dinamite que contradiz como nunca foi contradito e, apesar disso, é a antítese de espírito negador, uma vez que nega as afirmações dos negadores da vida, ou seja, afirma a vida e o seu impulso criador. Dessa forma, apresentase como o grande defensor da Tragédia grega. A tragédia grega, diz Nietzsche, depois de ter atingido a sua perfeição pela reconciliação da "embriaguez e da forma", de Dioniso e
Apolo, começou a declinar quando, aos poucos, foi invadida pelo racionalismo, sob a influência "decadente" de Sócrates. Apolo é o deus da clareza, da harmonia e da ordem;
Dioniso, o deus da exuberância, da desordem e da música. Segundo Nietzsche, o apolínio e o dionisíaco, complementares entre si, foram separados pela civilização. Existe um natural equilíbrio que devemos cultivar. O racionalismo grego afirmou e promoveu a primazia de um elemento sobre o outro. Daí a dura crítica de Nietzsche.
Nietzsche trata da Grécia antes da separação entre o trabalho manual e o intelectual, entre o cidadão e o político, entre o poeta e o filósofo, entre Eros e Logos. Para ele, a Grécia socrática, a do logos e da lógica, a da cidade-Estado, assinalou o fim da Grécia antiga e de sua força criadora. Ao rememorar a Grécia homérica, do tempo das epopéias e da tragédia,
Nietzsche recorda os verdadeiros valores aristocráticos, nos quais a virtude residia na força e