Nietzsche: Consciência e Inconsciente
Autora:
Scarlett Zerbetto Marton nasceu em 15 de janeiro de 1951, é professora de História da Filosofia contemporânea na Universidade de São Paulo, é uma das maiores conhecedoras brasileiras do filósofo Friedrich Nietzsche. É autora, dentre outros livros, de Nietzsche, das forças cósmicas aos valores humanos; Extravagâncias: Ensaios sobre a filosofia de Nietzsche; A irrecusável busca de sentido, Autobiografia intelectual; Nietzsche, seus leitores e suas leituras e Nietzsche, filósofo da suspeita. Publicou trabalhos na Alemanha, Áustria, França, Espanha, Estados Unidos, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Argentina e Chile. Fundou e coordena o GEN - Grupo de Estudos Nietzsche; é a editora-responsável dos "Cadernos Nietzsche" e da "Coleção Sendas e Veredas".
Texto:
Marton diz que Nietzsche reinscreve o conhecimento em um contexto histórico e fisiológico, e não a partir do exame das “faculdades do espirito”, porque para ele, isso levaria a ideia de que “existe algo distinto do corpo, com natureza própria e atividades especificas.”. Mesmo assim ele usa a palavra “espirito” colocando-a em aspas em sua escrita demonstrando certa intolerância ao uso que ele faz desse termo. Para Nietzsche “espirito” tinha outro sentido:
“Esse algo imperioso que o povo denomina o “espírito”, declara o filósofo, quer, em si e em torno de si, ser senhor e sentir-se como senhor: ele tem a vontade de passar a pluralidade à simplicidade, uma vontade que constringe, que doma, sequiosa de dominação e efetivamente dominadora. Suas necessidades e faculdades, aqui são as mesmas que o fisiólogos estabelecem para tudo o que vive, cresce e se multiplica.” (Para além de bem e mal §230).
Para ele o “espirito” se assemelharia ao estomago, que assimila o que recebe. No caso o espirito incorporaria as experiências que sofre. Como diz Marton esse seria o ato de conhecer, que está presente em todos os seres vivos, mas ainda está presente nas