Ancora de Carreiras
Edgar Schein
Carreiras profissionais evoluem a partir do desenvolvimento de um auto-conceito que inclui clara percepção sobre habilidades, talentos, motivações e valores pessoais. Esse auto-conceito funciona como um sistema de orientação que ajuda muito nas escolhas de carreira que, podem estar, ou não, bem “ancoradas” nesse auto-conhecimento. Desse modo, desenvolveu-se o conceito de âncora de carreira que é “uma combinação de áreas percebidas de competências, motivos e valores das quais não abrimos mão, e que representam o nosso próprio eu”. À medida que uma carreira evolui, aumenta a percepção profissional que cada pessoa tem de si mesma e o conhecimento decorrente desse processo mantém a pessoa no seu “rumo” ou em “porto seguro”.
Com o acúmulo de experiência profissional, as pessoas fazem escolhas, que definem o que consideram realmente importante. Âncora de carreira, portanto, é aquela parcela de auto-conhecimento, da qual nenhum de nós abre mão, mesmo diante de escolhas difíceis. Quando falam de escolhas de carreira, muitas vezes as pessoas lembram “coisas das quais se desviaram”, e tentam definir o que realmente querem fazer. O conceito de âncora de carreira ajuda nessa definição, nesse auto-conhecimento profissional.
A origem da “âncora de carreira” está no estudo de Edgar Schein, de 1961, envolvendo alunos do programa de Mestrado da Escola Sloan de Administração, analisando a evolução de carreiras administrativas. Com base nesse estudo e em entrevistas subseqüentes de históricos de carreiras de várias centenas de pessoas, em vários estágios da carreira, foram identificadas oito categorias de âncoras de carreira.
- Competência Técnica/ Funcional – Nesta âncora o senso de identidade é obtido por não abrir mão das oportunidades de aplicar habilidades técnicas. A pessoa sente-se totalmente realizada quando o trabalho permite fortes desafios em áreas técnicas. Não se interessa por gerenciamento e evitaria gerenciamento geral,