Nicolau Sevcenko
Em Literatura como missão: Tensões sociais e criação cultural na Primeira República, Sevcenko tratado projeto de modernização colocado em prática no Rio de Janeiro no final do século XIX e início do século XX: o advento do republicanismo, a reforma da capital e o enquadramento da cidade na Belle Époque, a mudança dos hábitos de vida e costumes da população.
O processo tem início com o Encilhamento, em 1891, e é seguido pela Regeneração da cidade em 1904, que tem inicio com a reforma do porto no intuito de facilitar a circulação das mercadorias culminando com a visita do rei Alberto da Bélgica em 1920, quando o processo de modernização da cidade sofre um novo salto.
A República acarretou distúrbios sociais de diversas ordens, o que Sevcenko caracteriza como “processos de desestabilização e reajustamento social”, período marcado por diversas crises as quais as elites Imperiais tradicionais e seus clientes foram os primeiros a serem atingidos, seguidos num segundo momento pelos atores políticos mais comprometidos com a causa republicana, os “republicanos exaltados”.
A cidade do Rio de Janeiro ocupava um papel privilegiado de intermediadora do capital cafeeiro, por conta de malha ferroviária, a maior do país, além do comércio de cabotagem, além, claro de sua privilegiada condição de capital da República, o Rio de Janeiro já n início do século acumulava recursos as serem investidos.
Num processo que o autor denominou “seleção política”, grupos mais tradicionais perdiam da noite para o dia suas fortunas em negociatas escusas, culminando com a permutação dos grupos econômicos. O tipo social do novo regime era esse “Homem Novo”, aquele indivíduo portador de um conservadorismo arejado e de suficiente cupidez material.
Nota-se no período também a aceleração no ritmo de vida da sociedade carioca, explicando o ritmo vertiginoso das mudanças sociais,