Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù.
Ciências Sociais (Universidade Federal Fluminense);
1ª período.
Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtú.
Rompe com todos os parâmetros pré-estabelecidos e implementados à sociedade como forma de “desmerecer”, ou no melhor sentido da palavra “boicotar” o filósofo florentino e sua definição de Estado. Que, apesar de todo pesar, tem grande influência no significado atual da palavra.
Transformando-o assim num monstro inescrupuloso e perverso aos olhos de muitos, Maquiavel torna-se sinônimo de má conduta política, pai da célebre “Os fins justificam os meios”. Embora o mesmo, após a leitura de sua principal obra (O Príncipe) também possa ser interpretado como uma espécie de amigo do povo, alertando-o dos males e táticas utilizadas por príncipes afim de se manterem em seus denominados Principados.
Muitos dos quais apontam essa deteriorização do escritor, a fazem tendo em base a ruptura causada pelo mesmo quanto à ética cristã com a criação duma moral própria. E se legitimando, sempre que preciso, o uso da violência contra os opositores do governo.
Nascido numa Florença que mais parecia um emaranhado de culturas e senhores, banhada à invasões, ataques e contra-ataques; táticas de reis e papas, o pequeno Nicolau cresce e, apesar da grande estima de seu pai, somente aos 29 anos atinge algum posto de destaque na vida pública. Contudo, o bem dotado Maquiavel, letrado, logo muda de cargo e passa a ocupar a Segunda Chancelararia, tornando-se então um “faz tudo”, incumbido até mesmo de escrever as cartas que seu senhor Soderini a posteriori assinaria. Entretanto, com a volta dos Médicis dissolve-se a república.
Acusado de conspiração contra o governo, é torturado e preso durante “a investigação”. Após liberação, permanece sobre punição de não poder ocupar quaisquer cargo público.
Mudando-se então para São Casciano, opta por uma vida simplória, proferindo sua maior obra O Príncipe (1512 à 1513) que teria sido