Nicolau de cusa: a natureza como síntese da necessidade absoluta da contingência
Nicolau de Cusa tornou-se, em sua vida acadêmica e eclesiástica, amigo de muitos humanistas, cientistas como Paolo Toscanelli e inventores como Gutenberg (Cusa chega a contribuir com a impressão de manuscritos gregos). Recebe do papa Eugênio 4º o título de cardeal, mas dignamente o recusa, só sendo convencido a aceitá-lo pelo papa seguinte, Nicolau 5º. Em 1449, é proclamado cardeal-presbítero, e em 1452 torna-se legado do papa na Alemanha, cargo que lhe exige grandes esforços.
Dedicado ferrenhamente à reforma do calendário e à unificação da cristandade, envolve-se na resolução de diversos problemas político-eclesiásticos. Chega a ser preso pelo turbulento duque Sigmund, de quem receberia os maltratos que acabariam antecipando a data da sua morte.
Nicolau de Cusa faleceu em Todi, cidade da Úmbria italiana, na presença de seus amigos, em 11 de agosto de 1464. Seu coração está depositado frente ao altar, no hospital de Cusa, que ele próprio fundou.
Tido por muitos como um filósofo de grande ecletismo, é possível identificar em seu sistema desde a mística neoplatônica até o nominalismo racionalista dos franciscanos da Escolástica decadente.
Nicolau de Cusa é reconhecido como a grande figura na transição do pensamento medieval para o pensamento moderno, sendo gestado no Renascimento e em seu decurso repleto de contrastes. Nesta época, tanto o misticismo quanto o cientificismo matemático e astronômico crescem com muita força, e essa tensão é bem representada por Nicolau de Cusa em obras filosóficas,