Coleta seletiva
Universo Infinito de Giordano Bruno aceito por pensadores e executado pela Igreja
Pablo Dressel
A forma como defendeu, até ao fim, as suas convicções filosóficas, consideradas heréticas pelo Santo-Ofício, fizeram do filósofo napolitano Giordano Bruno um símbolo marcado por um mundo e por uma época onde labaredas castigavam espíritos discordantes. E embora já muitos outros autores fossem lidos e divulgados, para a época do renascimento as idéias de Aristóteles continuavam a ser o alicerce de novas respostas, idéias que condizem que um mundo infinito não era coisa sequer concebível.
Giordano Bruno, Filósofo, astrônomo e matemático, rejeitou a teoria geocêntrica tradicional e ultrapassou a teoria heliocêntrica de Copérnico que ainda mantinha o universo finito com uma esfera de estrelas fixas. Embora tais campos não existissem ainda na ciência, pode-se dizer que Bruno estava interessado na natureza das idéias e do processo associativo na mente humana. Por outro lado, está fascinado em prover com um embasamento filosófico as grandes descobertas científicas de seu tempo. Mesmo que a conseqüência seja o fim de sua própria vida.
E mais, nessa época que segue as idéias aristotélicas, tudo o que compõe a natureza assim como tudo o que ela encerra é, necessariamente, limitado e finito, quer seja no tempo, quer seja no espaço. O mundo aristotélico é um mundo fechado. Já o Universo de Giordano Bruno tem o ânimo de uma outra dimensão, bem mais generosa e bem mais ousada.
Não é pelos sentidos que podemos chegar ao infinito, assim como não é através dos olhos que podemos ver a substância ou essência. Não é pelos sentidos que chegamos a esta conclusão, porque o infinito não pode ser objeto dos sentidos. E quem nega o infinito por não ser sensível, nega o próprio ser. Por isso resta apenas ao intelecto julgar e dar razão sobre aquilo que é afastado do tempo e do espaço.
Se o mundo é finito e