Nicolas Malebranche (1638 - 1715) Malebranche divide de forma definitiva a alma do corpo, aprofundando mais ainda o processo iniciado por Descartes. A alma não sente, a alma simplesmente pensa e quer. O corpo é somente extensão, e nada além disso. As ações da alma não provocam nenhum resultado sobre o corpo e este não atua de nenhum modo sobre a alma. Corpo e alma não desenvolvem nenhuma ação recíproca. A alma está separada tanto de outras almas como do mundo físico. A alma está isolada e somente conhece as coisas através da sua relação com Deus. Nossa alma não entra em relação com os objetos, ela somente tem ideias deles. Todas as coisas que pensamos sentir são somente ideias das coisas que acreditamos estar sentindo. Nosso conhecimento não vem dos sentidos, mas de Deus, é em Deus que conhecemos todas as coisas. Todas as ideias e conceitos estão na mente de Deus, e é lá que nossa alma busca suas ideias e conceitos. Nicolas com isso não quer dizer que nós conhecemos Deus, mas somente que o que conhecemos vem de Deus. A mente de Deus, a razão universal do criador é que ilumina a alma e todas as inteligências existentes, é na mente divina que estão as verdadeiras ideias, e é lá que nós buscamos as nossas ideias. É Deus que produz em nossa alma as modificações e sensações que são produzidas em nosso corpo. É Deus que revela para a alma o que acontece fora dela. Deus imprime na alma as sensações que atingem nosso corpo. Para Malebranche a existência de Deus é tão certa como a preposição "penso, logo existo". Deus é infinito e contém tudo em si, ele é imenso, e sua imensidão vai infinitamente além do universo. Acredita ainda que a razão não falha, não muda e não se corrompe e portanto é preferível à fé. A razão não pode ter restrições porque Deus é a razão universal. É a fé que conduz a inteligência, mas a fé sem a inteligência não faz com que sejamos virtuosos, pois não nos guia no caminho