Malebranche
O estudioso passou sua existência sofrendo as consequências de uma deformação congênita na espinha dorsal, o que justificava a incorreta postura de sua coluna. Sua debilidade orgânica o impediu de ir para a escola, o que lhe permitiu receber sua educação na própria residência, da parte de um preceptor.
Mais tarde ele teve a possibilidade de ingressar no Colégio de la Marche, onde cursou filosofia por um ano; logo depois cursou teologia na Universidade Sorbonne, ao longo de três anos. Ao perder os pais, foi aceito na Ordem dos Oratorianos de São Filipe Néri, em 1660. Após quatro anos ele foi ordenado sacerdote, mas nunca lhe foram atribuídas tarefas particulares; ele pode, então, se devotar às atividades intelectuais por toda sua existência.
Nesta ocasião ele se devotou à compreensão dos textos de Descartes, que o empolgaram a ponto de levá-lo a optar pelos estudos filosóficos, em uma era na qual as pesquisas sobre Aristóteles e Tomás de Aquino eram compulsórias. Entre os Oratorianos prevaleciam as teses de Agostinho, que guardam uma certa influência do filósofo racionalista, o que estimulava ainda mais as inclinações de Malebranche.
Em 1598 o soberano francês Henrique IV havia promulgado o Édito de Nantes, que tolerava a prática do Protestantismo. Em 1685 ele é anulado por Luís XIV, e Malebranche recebe a incumbência de doutrinar os fiéis recentemente convertidos.
A obra mais importante deste filósofo é Da Procura da Verdade; aí ele discorre sobre a essência do espírito do Homem e as precauções que o ser deve tomar para não cair em erro