Etimologicamente, antropocentrismo pode ser entendido como o homem sendo o centro do entendimento dos seus pares e de tudo o que o circunda; ou seja, o universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o homem. Assim sendo, é normal se pensar na idéia de o homem estar no centro das atenções. Esse entendimento despontou no período renascentista, quando o homem passou a estudar e admitir cientificamente o estudo, emprego e entendimento da razão das coisas, sem levar em conta os mandames bíblicos. Distingue-se do teocentrismo, porquanto este se deu quando se acreditava que tudo era proveniente de Deus ou que tudo era divino. Na verdade, esse movimento caracterizou de forma contundente a Idade Média, chamada por muitos indevidamente como a idade das trevas, porque, supostamente, nada brilhante surgiu nesse período, que se estende do século V até o século XV, após o qual, o mundo passa por grandes transformações, inclusive, na aurora do século XVI, com a expansão marítima europeia, dentre outros grandes eventos, como descobertas, colonizações, guerras, inversão de poderes e outros eventos. Na verdade, a Idade Média teve sim sua importância, quando não, serviu de base ou de preparação para o que veio depois. Santo Agostinho, em seus arrazoados sobre a salvação espiritual e a condição do homem no mundo, concluiu que o homem trazia desde sua origem a nódoa do pecado original, colaborando para o entendimento reinante de que isso caracterizava uma condição humana de nível inferior, imperfeito. Santo Agostinho desencadeou o sentimento teocêntrico, mas não necessariamente foi seu criador. Considerando-se que a teoria agostiniana tinha mesmo esse viés, não se pode desprezar o fato que seus ditos foram manipulados fora do texto e contexto, como forma de consolidar o poder da Igreja, embora, em seu nascedouro, fosse o espelho de reflexos oriundos das guerras e invasões que demarcavam a queda do Império Romano. A teocentrismo, como conceituado anteriormente,