neuroanatomia
INTRODUÇÃO
O cerebelo tem sido tradicionalmente visto como uma parte do sistema nervoso central motor responsável pela iniciação e regulação dos movimentos padrões, recebendo estímulos primariamente do córtex motor, órgãos vestibulares e dos receptores proprioceptivos1,2.
Observou-se que a filogênese do cerebelo humano evoluiu de duas formas: pelo aumento da população de células nervosas e processos dendríticos, e no aumento das conexões que atrelam o cerebelo ao neocórtex, principalmente com o córtex pré-frontal, sugerindo que o cerebelo atue como um rápido adjunto no processamento de informações junto ao córtex cerebral1. Outros autores também observaram essa conexão do cerebelo com o córtex pré-frontal, através do transporte transneural retrógrado do vírus herpes simples tipo I (HSVI) marcados em macacos, fornecendo um substrato anatômico para a participação do cerebelo no processo cognitivo.
O cerebelo, órgão do sistema nervoso supra-segmentar, deriva da parte dorsal do metencéfalo e fica situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a formação do tecto do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está separado do lobo occipital por uma prega da dura-máter denominada tenda do cerebelo. Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior, respectivamente. Do ponto de vista fisiológico, o cerebelo difere fundamentalmente do cérebro porque funciona sempre em nível involuntário e inconsciente, sendo sua função exclusivamente motora (equilíbrio e coordenação).
Anatomicamente, distingue-se no cerebelo, uma porção ímpar e mediana, o vérmix, ligado a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. O vérmix é pouco separado dos hemisférios na face superior do cerebelo, o que não ocorre na face inferior, onde dois sulcos são bem evidentes o separam das partes laterais.
A superfície apresenta sulcos de direção predominantemente