Netshoes
Em dezembro de 2009, o fundo americano Tiger Global Management, um voraz investidor no e-commerce brasileiro (já fez 17 aportes) abocanhou 30% da Netshoes. O valor da transação não foi revelado, mas analistas especulam que a empresa valia cerca de R$ 300 milhões na ocasião. Numa segunda operação, em janeiro de 2011, o Tiger comprou outros 17%, alcançando 47% do capital da empresa. “Percebemos que o nicho esportivo estava dando resultado e que havia um grande potencial a explorar”, afirma Graciela Kumruian, irmã de Márcio, ex-acionista da Netshoes e atual diretora de operações da companhia.
Recursos de Pessoas:
Mais usuários e mais acessos multiplicaram rapidamente a receita. E os gastos – ou investimentos, como diz Graciela – acompanharam o ritmo. Em dois anos, o número de funcionários da Netshoes foi multiplicado por seis, para 1,5 mil. Até o final do ano, serão 2,1 mil. Para comportá-los, a empresa inaugurará, até março, uma segunda sede na região do Paraíso, Zona Sul de São Paulo. E abriu um novo centro de distribuição dedicado a grandes produtos, em Itapevi (SP). O centro existente em Barueri passou por um processo de automatização de esteiras e ganhou uma agência própria dos Correios para lidar apenas com o alto volume de entregas. Parte dos investimentos para evitar as “dores do crescimento” será dirigida para o que Graciela define como estrutura hierárquica da empresa. “Como estamos em um mercado novo, é difícil achar alguém pronto. Preferimos criar dentro de casa.” Isso se traduz em treinamento para todos os níveis e alta mobilidade interna – em 2011, foram mais de 50 mil horas de cursos e mais de 1,5 mil mudanças de cargos e funções, segundo a gerente de recursos humanos Luciana Machado. O resultado deste modelo de gestão fica claro quando se olha o perfil da cúpula: nenhum dos oito diretores foi contratado de outra empresa de comércio eletrônico. Vieram dos mais diversos setores e aprenderam o jeito Netshoes de operar.