Neoliberalismo e Ciência Política
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Uma radical mudança quanto à abordagem do fenômeno político que, até meados dos anos de 1940, era centrada em análises especulativas, descritivas e formalistas, inspiradas pela Filosofia Política e pelo Direito. Tais abordagens eram caracterizadas como institucionalistas e, posteriormente, vieram a ser chamadas de antigo institucionalismo, de forma que pudessem ser diferen- ciadas das abordagens neoinstitucionais surgidas na década de 1970. é importante que se diga, já era bastante longa a tradição dos estudos institucionais, remontando, grosso modo, a Aristóteles com sua clássica análise das constituições atenienses, sendo revitalizada a partir do século XVII, com a sistematização do contratualismo moderno por Locke e aprimorado, em seguida, por Montesquieu, na primeira metade do século XVIII, quando a ênfase recaiu sobre a centralidade das leis e dos costumes como instituições fundamentais da dinâmica política. Ainda nas décadas finais do século XVIII, a perspectiva institucionalista recebeu enorme contribuição do debate dos artigos federalistas norte-americanos, pela ótica dos quais as instituições, acima de tudo, tornar-se-iam objetos de uma “engenha- ria constitucional”. Na primeira metade do século XIX, foi a vez de Tocqueville valorizar as instituições sociais e po- líticas como as variáveis explicativas da bemsucedida democracia republicana presidencialista dos Estados Unidos. Walter Bagehot, The English constitution, publicado em 1867, no qual o autor inglês comparava os modelos constitucionais britânico e norte-americano. Também na segunda metade do século XIX – e avançando sobre as primeiras décadas do século XX –, foi a vez da Economia Política dirigir o foco de suas discussões aos possíveis efeitos das institui- ções e da cultura sobre o comportamento econô- mico dos indivíduos. Também no início do século XX, a própria Sociologia, ainda emergente como uma ciência empírica da moral, e bem representada por Émile